Dia seguinte


Aperreio. Tensão, nervosismo. Ninguém mais esteve atento ao filme. Talvez nem notassem mais que havia alguém ali do lado. Era como se a solidão da angústia tomasse de conta da situação e impedisse o raciocínio das coisas mais simples, como por exemplo, contar os dias.

E quem conseguia fingir mais calma? Aliás, quem esconderia de verdade o medo? Ninguém. Pelos olhos, ouvidos, pela pele escapava o sentimento que estava dominando aquela sala, como se os segurasse pelo braço, impedindo-os de gritar por socorro. Mas gritar pra quem? Naquela hora, só restavam os dois, mas nenhum mostraria fraqueza.

Mas não era hora de serem fracos. Precisavam pensar com calma para tomarem a atitude mais sensata. Tirar dúvidas com a pessoa certa e lembrar que a solução seria o dia seguinte. Ele chegaria com a solução. Ainda que ela viesse com enjoos, dores de cabeça e vontade de deitar no colo e fazer dengo... Era o preço.

Resolveu-se tudo e restou a lição de permanecerem atentos até mesmo quando os desejos estiverem prontos para dominar a razão. No dia seguinte, restou o casal escrevendo a própria história.

1 comentários:

JoãoLuiSampaio on 9 de julho de 2011 às 10:54 disse...

Como eu sempre digo: nada como um dia após o outro e uma noite bem no meio.
Belo texto @gisacarvalho ;)

 

Contos a Dois ♣ ♣ ♣ Mamanunes Templates ♣ ♣ ♣ Inspiração: Templates Ipietoon
Ilustração: Gatinhos - tubes by Jazzel (Site desativado)
This template is brought to you by : allblogtools.com | Blogger Templates