Aperreio. Tensão, nervosismo. Ninguém mais esteve atento ao filme. Talvez nem notassem mais que havia alguém ali do lado. Era como se a solidão da angústia tomasse de conta da situação e impedisse o raciocínio das coisas mais simples, como por exemplo, contar os dias.
E quem conseguia fingir mais calma? Aliás, quem esconderia de verdade o medo? Ninguém. Pelos olhos, ouvidos, pela pele escapava o sentimento que estava dominando aquela sala, como se os segurasse pelo braço, impedindo-os de gritar por socorro. Mas gritar pra quem? Naquela hora, só restavam os dois, mas nenhum mostraria fraqueza.
Mas não era hora de serem fracos. Precisavam pensar com calma para tomarem a atitude mais sensata. Tirar dúvidas com a pessoa certa e lembrar que a solução seria o dia seguinte. Ele chegaria com a solução. Ainda que ela viesse com enjoos, dores de cabeça e vontade de deitar no colo e fazer dengo... Era o preço.
Resolveu-se tudo e restou a lição de permanecerem atentos até mesmo quando os desejos estiverem prontos para dominar a razão. No dia seguinte, restou o casal escrevendo a própria história.
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1 comentários:
Como eu sempre digo: nada como um dia após o outro e uma noite bem no meio.
Belo texto @gisacarvalho ;)
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